Olhos sobre Tela

"Um caminho sem volta, e talvez sem destino em um universo de verdades diversas".


Filhos de um Adão e uma Eva mitológica, da ciência ou da verdade, talvez de um Deus invisível. Irmãos de vida, dor e sentimentos, esses somos nós: grãos de areia em um imenso universo. Somos um ninguém coletivo e ao mesmo tempo um todo singular. Em eterna busca por conhecimento e respostas, queremos ter certeza do que somos, quem somos e para isso firmamos uma realidade comum, um lugar onde sabemos exatamente o que é real e o que existe.
Os olhos são dois órgãos responsáveis pela percepção do mundo externo, daquilo que concordamos ser real e imutável, da realidade comum a todos. Esta realidade, comum, é onde nossos universos se encontram em um ponto único e seguro, o mais seguro dos portos, ao qual podemos percorrer caminhos limitados entre os espaços de um e outro indivíduo. Porém estes mesmos olhos são entradas para outros mundos particulares e ilimitados, tão ou mais diversos do que podemos imaginar. Cada um de nós é um universo particular onde a realidade é abstrata e muitas vezes incompreensível aos olhos de outros. A resposta para nossas perguntas, ou mesmo para todas as nossas afirmações, é esta: somos o segredo escondido no brilho de nossos olhos.
Os olhos, essas janelas que nos permitem entrar em tantos universos contam por si, histórias sutis sobre a vida e principalmente sobre nossas individualidades. Não somos o que pensamos, nem o que sentimos, somos algo a mais, somos esse segredo escondido. Talvez sejamos apenas a busca pelo entendimento deste segredo. Buscamos no olhar do outro, respostas para nossos questionamentos, muitas vezes surpreendidos por mundos tão vastos, histórias tão complexas, tão bem escondidas que jamais suspeitaríamos quem aquele ser real, presente em nossa frente, pudesse ser realmente.
Nesta nossa existência de busca, montamos o grande mosaico do que somos. Quando estamos “olhos nos olhos”, juntamos mais uma peça deste mosaico, o “nós”, o “eu” se desvendam magicamente.
É realmente fascinante o que somos. 



 Exposição realizada no CATNA café em agosto de 2011, em Caxias do Sul

Retrato número 01


Retrato número 02

Retrato número 03

Retrato número 04

Retrato número 05

Retrato número 06

Retrato número 07

Retrato número 08

Retrato de ninguém

Categories: